domingo, 30 de setembro de 2007

Eagle Eye Cherry - Falling In Love Again


Falling In Love Again

I'm so tired
Of falling in love
Finding it easier to fall out
I can't deny it
I feel it inside Cupid's fire
And you can't hide

I'm falling in love again
Ain't nothing I can do
Falling in love again
This time it's with you
When I fall
It's always the same
And I'm so tired
Of playing this game

It's been so long now
Since I gave up my heart
I've kept it locked down
I don't wanna get it armed
So let me tell you now
I just want to be sure
That you won't hurt me
Can you promise me that

I'm falling in love again
Ain't nothing I can do
Falling in love again
Girl this time it's with you
When I fall
It's always the same
And I'm so tired
Of playing this game

You got to tell me
If you're going to break my heart
‘Cos I don't wanna take the chance
And if it ain't true
All it's gonna be
Is nothing but a poor romance
So give me that promise to hold on
And I'll never let you go
We gotta have something to go on
Or I'm letting you know

I'm falling in love again
Ain't nothing I can do
Falling in love again
Girl this time it's with you
When I fall
It's always the same
And I'm so tired
Of playing this game

Falling in love again



sábado, 29 de setembro de 2007

O homem perfeito


(Marcelo Senise)


Sim, o homem perfeito existe, e provavelmente você já o encontrou, mas não o reconheceu.
Sempre vivi rodeado de boas amigas e, como tal, sempre as ouvi reclamarem dos homens.
Até hoje, estranho como elas vociferam francamente as piores barbaridades contra eles na minha presença, sem se importar se eu levo as ofensas para o lado pessoal.
Quando as mulheres jogam uma bomba do tipo: "todos os homens são uns imbecis", é claro que alguns estilhaços ferem meu orgulho.
A vida da gente piora quando minhas amigas estão em crise de solterice.
Não só porque o número de reclamações aumenta, mas porque é frustrante não entender como essas mulheres encantadoras permanecem sem um namorado.
Uma resposta parcial, no entanto, surgiu há algumas semanas, quando uma amiga publicou em seu blog a descrição do homem ideal.
A lista de pré-requisitos era imensa e eu não consegui imaginar uma única pessoa que pudesse cumpri-las.
Resumidamente, tratava-se de um Capitão América com cérebro de Einstein.
E, com mais uma porção de detalhezinhos tênues, como ser um cavalheiro que abre a porta do carro, sem deixar de ser um macho viril que, sei lá, adora massacrar os camaradas numa partidinha de futebol.
Eu espero, sinceramente, que todas as mulheres que procuram esse modelo de homem estejam dispostas a barganhar.
Ou vão passar muito tempo encalhadas, acreditando também na existência do Papai Noel...
E tem um detalhe:
Descobri que o homem perfeito existe sim... (e que acredito que minhas amigas comprometidas endossam)
Mas, só depois que você se envolve com ele.
O homem perfeito é você quem ajuda a criar.
Todo relacionamento é uma troca: se o príncipe dos seus sonhos existisse mesmo, prontinho e sem nenhuma falha, qual seria a graça de se envolver com ele? Você não poderia contribuir em nada.
Procure por homens reais e não os descarte por qualquer besteira.
O cara não sabe se vestir? Não se iluda: nenhum sabe. Nada como um toque feminino para revolucionar o visual dele.
O cara ainda não tem grana o suficiente? Acompanhe-o escada acima. É mais emocionante do que simplesmente encontrá-lo no topo.
O cara não é um Rodrigo Santoro? Minha querida, você não é a Luana Piovanni.
E, mesmo com a verdadeira, o namoro não deu certo...
No fim, você vai perceber que, transformar seu namorado o homem ideal, nem é somente um ato voluntário. Afinal, por mais que você se esforce, ele continuará com seus defeitos, como qualquer outro ser humano.
Mas aí a paixão faz o resto. Seu coração, adoravelmente míope, vai te dizer que seu namorado é perfeito simplesmente porque vocês são perfeitos um para o outro.
Então, em prol dos homens que nunca atingem seus requisitos, aconselho: parem de procurar por um homem perfeito que desperte sua paixão.
A felicidade está em fazer justamente o contrário.


A verdade nua e crua sobre os signos



Rolei de rir...


Áries (21 de março a 20 de abril)

Você é metido a honesto, sincero e se acha um líder natural. O problema é que você faz tudo ao contrário e não consegue influenciar ninguém. Você gosta de chegar a um determinado lugar e "botar pra quebrar". Isso faz de você um ignorante completo. Na verdade, você arruma confusão em todo lugar que passa, simplesmente porque você quer fazer as coisas do seu jeito, nem que seja na base da porrada. O que você quer mesmo é poder. Você quer chegar ao poder nem que tenha que f... todos em sua volta. A sorte dos outros signos do zodíaco é que você nunca consegue chegar ao poder. Falta inteligência.

Touro (21 de abril a 20 de maio)

Você é materialista e trabalha como um condenado. As pessoas pensam que você é um pão-duro, cabeça-dura, mão-de-vaca, estão certas. Além disso, você é um teimoso desgraçado que faz só burrada na vida e continua fazendo, fazendo, fazendo...Você deve estar se perguntando... Por que eu trabalho tanto e só me ferro? A resposta é simples: sua cabeça-dura não deixa você enxergar um palmo além do seu nariz. Por isso que você trabalha como um condenado e nunca consegue subir na vida. Só leva fumo! E graças a sua teimosia idiota, continua levando, levando, levando...

Gêmeos (21 de maio a 20 de junho)

Você é um falso, "duas caras", fofoqueiro, mentiroso e um grande cara-de-pau. Você não é confiável. É sinistro! No trabalho, faz amizade com todos como se fosse o melhor amigo e depois entrega todo mundo pro chefe. Você é tão safado que ninguém desconfia de você. Você adora ferrar os outros e depois ficar rindo da cara deles. É um galinha! Não tem nenhum conceito de moral e tem caráter duvidoso. Além disso, todos consideram você um canalha mal-resolvido. Geminianos costumam ter muito sucesso para chifrar, e também, no incesto, na prostituição e na cafetinagem.

Câncer (21 de junho a 21 de julho)

Você é um chorão desgraçado, e as pessoas que convivem com você são obrigadas a ficar agüentando você reclamar da sua vida. Você se acha solidário e compreensivo com os problemas dos outros, o que faz de você um baba-ovo e puxa-saco. O que você quer mesmo é ficar "bem na fita". Você só quer saber de se dar bem, custe o que custar, e acaba sempre ficando numa boa, apesar de não valer nada. É, na verdade, um canalha com cara de santo. Quando pressionado você faz chantagem emocional. Chora e faz da sua vida a pior de todas. Por isso, os outros signos do zodíaco nunca desconfiam de você. E o pior é que todos gostam de você.

Leão (22 de julho a 22 de agosto)

Você se acha o máximo, um líder natural. Isso é que você acha! Sabia que todos acham você um idiota? A sua prepotência é insuportável para os outros signos e até para você mesmo. Você não passa de um puxa-saco incompetente querendo se promover a todo custo. Quer ter "status", ser o "rei da cocada preta", mesmo sabendo que não tem condição alguma de ser. Você quer sempre a atenção de todos mas, como não tem inteligência, nem sempre consegue. Daí a sua agressividade. Gosta de botar todo mundo pra trabalhar pra você, enquanto você fica reclamando da vida sem fazer nada.

Virgem (23 de agosto a 22 de setembro)

Você é metido a perfeccionista, observador e detalhista. Gosta de analisar e gerenciar tudo. Essa sua maldita mania faz de você um burocrata insuportável. Você é um bitolado e não tem nenhuma imaginação ou criatividade. Gosta mesmo é de tomar conta da vida dos outros. Critica os outros, "mete o pau", mas não enxerga o próprio rabo. Quando as pessoas dos outros signos do zodíaco preenchem aquele maldito formulário de 15 vias carbonadas, de cinco cores diferentes, que devem ser batidos à máquina, elas não tem dúvida. Só pode ser um virginiano que fez.

Libra (23 de setembro a 22 de outubro)

Você se acha equilibrado, idealista e justo. Parece sentir a necessidade de proteger os outros e lutar contra as injustiças. Na verdade, você só pensa em si mesmo. Você é um engomadinho metido. Gosta de coisas sofisticadas e de alto nível, mas não passa de um ignorante desinformado. Nas conversas, quer falar sobre coisas intelectuais, como literatura e arte, e dificilmente entra em assuntos polêmicos. Quer ser politicamente correto. Na realidade você é um grande "fazedor de média". Isso esconde sua verdadeira cara. Dessa forma, os outros signos nunca saberão seu real interesse, que é f... os outros. Afinal, você é um teimoso, ignorante e ambicioso.

Escorpião (23 de outubro a 21 de novembro)

Você é o pior de todos. Você é desconfiado, vingativo, obsessivo, rancoroso, vagabundo, frio, cruel, antiético, sem caráter, traidor, orgulhoso, pessimista, racista, egoísta, materialista, falso, malicioso, mentiroso, invejoso, cínico, ignorante, fofoqueiro e traiçoeiro. Você é um canalha completo. Só ama sua mãe e a si mesmo. Aliás, alguns de vocês não amam nem a mãe. Você é imprestável e deveria ter vergonha de ter nascido. Escorpianos são tiranos por natureza. São ótimos nazistas ou fascistas. Adora pisar os outros e tem um orgasmo quando vê alguém no buraco. Pelo bem dos outros signos do zodíaco, os escorpianos deveriam ser todos exterminados.

Sagitário (22 de novembro a 21 de dezembro)

Você é um otimista e tem uma forte tendência em confiar na sorte. Isso é bom para você, já que é imprudente, irresponsável, limitado e não possui nenhum talento. Como não tem competência, sempre arruma uma forma de se desculpar de suas burradas na vida. E sempre põe a culpa nos outros. Mas na verdade você que é incompetente mesmo. Você é um teimoso, ambicioso e metidinho. Na verdade, você é um idiota fracassado. Além do mais, seu conceito de ética e moral é limitado. Você é um puxa-saco, galinha e gosta mesmo é de sacanagem. Quando consegue alguma coisa na vida é sempre de forma obscura.

Capricórnio (22 de dezembro e 20 de janeiro)

Você é metido a sério, conservador e politicamente correto. Na verdade você é um materialista, falso, ambicioso e safado. Você tem uma tendência de ser enrustido em tudo. Você é frio, não tem emoções e freqüentemente dorme enquanto está transando. Você gosta de manter as aparências e quando encontra um "amigo", abraça, deseja tudo de bom... Mas na primeira oportunidade puxa o tapete dele e depois vai dormir de consciência tranquila. Você nunca joga limpo e sua frieza faz de você um sanguinário completo. Mas que importa? Se a grana está entrando... ótimo!

Aquário (21 de janeiro a 19 de fevereiro)

Você provavelmente não é desse planeta. Tem uma mente inventiva e dirigida para o progresso. Você mente e comete os mesmos erros repetidamente porque é imbecil e teimoso. Você adora ser o "do contra". Pensa que tem opinião formada sobre tudo. Na verdade, você é egoísta e gosta mesmo é de aparecer. Mesmo que esteja entre um milhão de pessoas, você quer ser o diferente. Você nunca segue os padrões. Isso faz de você um metido nojento. Você se acha o moderninho. Acha que está à frente dos outros signos do zodíaco. Você não tem nenhuma moral. Se você for homem deve ser um galinha e, se for mulher, aposto que nem perguntou o nome do último cara com quem dormiu!

Peixes (20 de fevereiro a 20 de março)

Você pensa que todo mundo é cabeça de bagre e só você é o esperto. O que você não sabe é que, na verdade, você é o grande cabeça de bagre. Você se acha o sujeito mais inteligente do mundo e tem a maldita mania de achar que os outros precisam de sua ajuda. Você se acha superior e considera os outros idiotas. Adora reprimir tudo e todos. É impaciente, mal-educado e fica dando conselhos fúteis aos outros e sempre consegue afundar as pessoas que seguem seus conselhos idiotas. Você não passa de um desorganizado, não tem praticidade alguma e não sabe nem em que planeta vive. Quando alguém te questiona, você recorre ao misticismo, uma vez que sua inteligência é limitada.

Uma visão bem humorada do amor


O amor não é algo que faz você sair do chão e te transporta para lugares que você nunca viu antes!
O nome disso é avião.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que faça você perder a respiração e a fala.
O nome disso é bronquite asmática.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que chega de repente e transforma você em refém.
Isso se chama seqüestro.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que voa alto no céu e deixa sua marca por onde passa.
Isso se chama serviço de pombo.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que você pode prender ou botar pra fora de casa quando bem entender.
Isso se chama cachorro.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que lança uma luz sobre você e te leva pra ver estrelas, depois traz você de volta com algo dele dentro de você.
Isso se chama extra terrestre.
O amor é outra coisa.

O amor não é uma coisa que desapareceu e que, se encontrado, poderia mudar o que está diante de você!
Isso se chama controle remoto de TV.
O amor é outra coisa.

Sabe o que é o amor?
O amor é simplesmente... amor!


A imortalidade da alma


"Conhece-te a ti mesmo e serás imortal"

Alguns séculos antes de Cristo, vivia em Atenas, o grande filósofo Sócrates. A sua filosofia não era uma teoria especulativa, mas a própria vida que ele vivia. Aos setenta e tantos anos foi condenado à morte, embora inocente. Enquanto aguardava no cárcere o dia da execução, seus amigos e discípulos moviam céus e terra para o preservar da morte. O filósofo, porém não moveu um dedo para esse fim; com perfeita tranqüilidade e paz de espírito aguardou o dia em que ia beber o veneno mortífero.
Na véspera da execução, conseguiram seus amigos subornar o carcereiro (desde daquela época já existia essa prática...), que abriu a porta da prisão.
Críton, o mais ardente dos discípulos de Sócrates, entrou na cadeia e disse ao mestre:
- Foge depressa, Sócrates!
- Fugir, por que? - perguntou o preso.
- Ora, não sabes que amanhã te vão matar?
- Matar-me? A mim? Ninguém me pode matar!
- Sim, amanhã terás de beber a taça de cicuta mortal - insistiu Críton.
- Vamos, mestre, foge depressa para escapares à morte!
- Meu caro amigo Críton - respondeu o condenado - que mau filósofo és tu! Pensar que um pouco de veneno possa dar cabo de mim ...
Depois puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou:
- Críton, achas que isto aqui é Sócrates?
E, batendo com o punho no osso do crânio, acrescentou:
- Achas que isto aqui é Sócrates? ... Pois é isto que eles vão matar, este invólucro material; mas não a mim.
"Eu sou a minha alma. Ninguém pode matar Sócrates! "...
E ficou sentado na cadeia aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele considerava teimosia ou estranho idealismo do mestre.
No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e seu corpo ia perdendo aos poucos a sensibilidade, Críton perguntou-lhe, entre soluços:
- Sócrates, onde queres que te enterremos?
Ao que o filósofo, semiconsciente, murmurou:
- Já te disse, amigo, ninguém pode enterrar Sócrates ... Quanto a esse invólucro, enterrai-o onde quiserdes. Não sou eu... Eu sou a minha alma...
E assim expirou esse homem, que tinha descoberto o segredo da Felicidade, que nem a morte lhe pôde roubar.

"Conhecia-se a si mesmo, o seu verdadeiro Eu divino. Eterno imortal..."

Assim somos todos nós seres Imortais, pois somos Alma, Luz, Divinos, Eternos...
Nós só morremos, quando somos simplesmente esquecidos...


quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Eu...


Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre
Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração
Não me façam ser quem não sou
Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente
Não sei amar pela metade
Não sei viver de mentira
Não sei voar de pés no chão
Sou sempre eu mesma, mais com certeza não serei a mesma pra sempre

(e tenho dito!)

Envolvimento sem regras


(Stella Florence)


Na busca por um namorado, eu ouvi dos meus amigos sempre os mesmos conselhos. Sou capaz de repeti-los palavra por palavra, tantas foram as vezes em que eles foram martelados na minha cachola: "Stella, você é muito intensa! Não pode dar na primeira noite, não pode falar o que sente e quer, não pode ser direta desse jeito... Só quando você desencanar dessa ideia de encontrar alguém é que a coisa vai rolar". Diante de tal ladainha - cujo resumo você acabou de ler - minhas respostas não variavam:

1. Ser intenso é um traço de personalidade, não um sinônimo de ciúme e sufocamento a dois (arght!). Se eu fingir que não sou intensa, quem conquistará o homem que me interessa será uma personagem, não eu. E quando eu me mostrar de fato - coisa que cedo ou tarde acontecerá - qual não será o susto desse homem ao topar com um cavalo selvagem sob a tempestade em vez do pônei no jardim da Scarlett O'Hara, com o qual eu o seduzi?


2. Se eu estiver a fim - de sexo, de me enganar, de amar alguém -, eu vou transar na primeira noite. Experiências surpreendentes (para o bem e para o mal) e até mesmo carregadas de emoção (para o bem e para o mal) podem acontecer numa transa imediata. Além disso, se um cara me julgar pela velocidade com a qual eu tirar minhas roupas - coisa que ele tem todo direito de fazer -, pode crer: não vai dar certo.

3. Quanto a desencanar de encontrar alguém, bem, então vou terminar meus dias sozinha, porque acho uma sacanagem dos deuses alguma coisa boa só rolar quando a gente já sofreu tanto, mas tanto, mas tanto que chegou a ponto de desistir.

Eu me recusava - e me recuso - a acreditar numa maneira certa e outra errada de se procurar um namorado. Se as pessoas não são iguais, por que a procura romântica deve obedecer a um padrão? Dessa forma, os embates entre mim e meus amigos seguiam, enquanto minha lista de decepções, desencontros e foras ia aumentando. Verdade que, em menos de uma semana, eu caía em mim e dava graças a Deus pelo mais recente barco-gajo ter naufragado. Todos os homens que passaram pela minha vida nos últimos dois anos foram fragorosamente esquecidos - mas estocados no arquivo morto para textos futuros (claro que os que se tornaram meus amigos estão fora dessa lista).
Até que há algumas semanas, como uma bela resposta que o destino me devia, conheci um homem que, no espaço de algumas horas, despejou o seguinte discurso no meu colo: "Eu sou intenso e sei logo de cara se quero ou não ficar com alguém. Quero ficar com você. Não só hoje - e não ouse achar que eu estou blefando só para te levar para a cama. Li uma crônica sua em que você falava sobre não aceitar migalhas românticas. Eu quero namorar - e não aceito migalhas".
Enquanto eu o ouvia, pensei: "Esse cara é tão doido quanto eu". Mas, hoje, posso dizer que Camilo não é doido. Ele foi apenas ele mesmo: direto e intenso. Confesso que, depois daquela conversa, fiquei meio assustada: foi como provar do meu próprio veneno. Fui para casa. Pensei, pensei, pensei. Depois resolvi que, melhor do que ficar pensando, era ficar pensando enquanto sentia o cheiro da pele dele: uma mistura de índios Mapuche com italianos. Então, aquele medo inicial passou. E todas, todas, todas as teses dos meus amigos caíram por terra.


Metade



(Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com
fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos
suportável
que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também



quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Morrer é ridículo...



(Pedro Bial)

Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre.
Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?

Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer.
A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente. De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis. Qual é? Morrer é um cliche. Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira. Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e
morre num sábado de manhã. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito. Isso é para ser levado a sério?

Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz. Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.

Saudade...


Hj acordei com muita saudade do meu amigo Spartakus. Amigo querido, to com muita saudade!!!
E tenho dito!
rsrsrs


Saudade

(Miguel Falabela)

Em alguma outra vida,devemos ter feito algo muito grave,para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo numa porta doí.
Bater o queixo no chão doí. Doí morder a língua,cólica doí, doí torcer o tornozelo. Doí bater a cabeça na quina da mesa,carie doí,pedras nos rins também doí. Mas o que mais doí é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma brincadeira de infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade de nós mesmo,o tempo não perdoá. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se Ama. Saudade da pele,do cheiro,dos beijos. Saudade da presença,e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto,sem se verem,mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ele para a trabalho,mas sabiam-se onde. Você podia ficar sem vê-lo,e ele sem vê-la,mas sabiam-se amanhã. Contudo,quando o Amor de um acaba,ou torna-se menor no outro. Sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber. Não saber se ele continua fungando num ambiente mais frio. Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia. Se aprendeu a entrar na internet,se aprendeu a ter calma no trânsito. Se continua preferindo cerveja a uísque(e qual a cerveja) Se continua sorrindo com aqueles olhos apertados,e que sorriso lindo. Será que ele continua cantando aquelas mesmas musicas tão bem(ao menos eu admirava)?
Será que ele continua fumando e se continua adorando Mac Donald's?
Será que ele continua não amando os livros,e ela cada vez mais? E continua não gostando de dar longas caminhadas,e ela não assistindo televisão? Será que ele continua gostando de filmes de ação,e ela de chorar em comédias. Será que ela continua lendo os livros que já leu? Será que ele continua tossindo cada vez que fuma? Saber é não saber mesmo!!! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais longos,não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento. Não saber como frear as lágrimas diante de uma música,não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ele está com outra,e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz,e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro,se ele está mais belo. Saudade é nunca mais saber de quem se Ama e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti(e sinto) enquanto estive escrevendo e o que você (deveria)
provavelmente estar sentido agora depois que acabou de ler.
Quem inventou a distância nunca sofreu a dor de uma saudade!!!"


Nada passa



(Stella Florence)

Onze da noite. Toca o telefone. É uma amiga, arrasada depois de um encontro que deveria ter sido bom.
- O que aconteceu? - Ele parecia uma pedra de gelo, Stella. E ainda me disse: 'Você ficaria bonita mais magra'. Está doendo tanto... - Ah, querida, não fica assim: você é linda! E vai superar esse babaca, você sabe que vai passar. Depois de uma hora desligamos. Vesti meias de lã. Tomei um copo de chá. Devolvi os livros para a estante. Guardei a roupa passada. Fiquei assim, indo de um canto para outro sem saber exatamente o que me atormentava. Então, a ficha caiu. É mentira. A maior mentira que nos contaram - e que nós, piamente, acreditamos - é essa, a de que tudo passa. Nada passa. Passa coisa nenhuma. A gente aprende a viver com as escaras, aprende a colocar ungüentos nos talhos fundos, conhece outras pessoas que são como bálsamos sobre as nossas feridas, mas elas, as sanguinolentas, as danadas, as malsãs, elas não passam. Uma mulher é uma chaga sempre aberta. Um homem é uma ferida sempre exposta. Nada passa. Sentimentos? Eles se transformam em outros sentimentos, mas não passam. As pessoas que você amou, nunca te causarão indiferença (indiferença, o oposto do amor), sua única certeza é que você sempre vai sentir algo quando as encontrar - algo bom ou ruim, muito bom ou muito ruim. As pessoas que te menosprezaram, te usaram ou simplesmente te rejeitaram, continuam, cada qual com sua adaga, perfurando seu amor-próprio, dia após dia, umas mais, outras menos.

Somos todos, homens e mulheres, mestres no fingimento, na dissimulação, no recalque, mas a verdade, meus caros e minhas caras, a verdade é que nada passa. Por isso você vê uma mulher histérica ao pegar uma cebola podre no supermercado, por isso você vê o homem agindo como um primata no trânsito, por isso seu chefe estoura sem razão, por isso você teve uma crise de choro durante aquele filme, por isso as pessoas têm chiliques inexplicáveis: porque nada passa e nós precisamos de válvulas de escape. Um colega da oitava série, chamado Fernando, olhou para mim em novembro de 82, e disse: 'Nossa, como você é gorda'. A ferida continua aberta. Peguei um namorado transando com outra na área de serviço. Eu não disse nada, apenas dei marcha ré ouvindo o eco dos seus beijos pelos azulejos sem cor. A ferida continua aberta. Dias atrás - exatamente dezessete de setembro -, eu, pela primeira vez em trinta e oito anos de vida, consegui gozar transando com um homem. Fiquei radiante: eu nunca havia alcançado o orgasmo durante a penetração, nem sabia o que era isso! Além do mais, ele me pareceu uma pessoa absolutamente adorável, do tipo que eu gostaria de encontrar muitas outras vezes. Mas ele não me procurou - ou escreveu - nem mesmo para dizer 'não'. Não é uma palavra bonita, mais bonita do que silêncio. A ferida continua aberta. Fica sempre um pouco de tudo, escreveu Drummond, às vezes um botão, às vezes um rato. Se você me vir tendo um chilique ao pegar uma cebola podre no supermercado, já sabe o que é: são as cócegas malditas dos meus malditos ratos. Porque nada, nada passa.


terça-feira, 25 de setembro de 2007

Solidão por Chico Buarque...

Não gosto da voz do Chico, mas tenho que tirar o chapéu, pq o que ele escreve é fodaaaaa!!!

(ps: clique na imagem p/ -la em tamanho real)


Quem é que nunca teve...



Quem é que nunca teve um Marcelo, um Felipe, um Rafael, um Júlio ou um Alexandre na vida? Tudo bem, pode ser uma Juliana, uma Ana, uma Patrícia ou uma Aline...
Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa! Cansa na hora que você percebe que ter 10 pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir 10 ao mesmo tempo!

A "fila" anda, a coleção de "figurinhas" cresce, a conta de telefone é sempre altíssima.
Mas e aí? O que isso te acrescenta? Nessas horas sempre surge aquela tradicional perguntinha: Por que aquela pessoa pela qual você trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofá da sala não despenca logo na sua vida??? Se o tal "amor" é impontual e imprevisível que se dane!
Não adianta: as pessoas são impacientes! São e sempre vão ser!
Tem gente que diz que não é... "Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer."
Mentira!
Por dentro todo ser humano é igual: impaciente, sonhador, iludido... Jura de pé junto que não, mas vive sempre em busca da famosa cara metade!
Pode dar o nome que quiser: amor, alma gêmea, par perfeito, a outra metade da laranja... No fim dá tudo no mesmo.

Pode soar brega, cafona... Mas é a realidade. Inclusive o assunto "amor" é sempre cafonérrimo.
Acredito que o status de cafona surgiu porque a grande maioria das pessoas nunca teve a oportunidade de viver um grande amor. Poucas pessoas experimentaram nesta vida a sensação de sonhar acordada, de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando, de desfilar com aquele sorriso de borboleta azul estampado no rosto... Não lembro se foi o "Wando" ou se foi o "Reginaldo Rossi" que disse em uma entrevista que se a Marisa Monte não tivesse optado pelo "Amor I love you" e que se o Caetano não tivesse dito "Tô me sentindo muito sozinho.." eles não venderiam mais nenhum disco. Não adianta, o público gosta e vibra com o "brega".

Não adianta tapar o sol com a peneira. Por mais que você não admita: Você ficou triste porque o Leonardo di Caprio morreu em 'Titanic' e ficou feliz porque a Julia Roberts e o Richard Gere acabaram juntos em 'Uma Linda Mulher'; Existe pelo menos uma música sertaneja ou um "pagodinho" que te deixe com dor de cotovelo;
Quando você está solteiro e vê um casal aos beijos e abraços no meio da rua você sente a maior inveja;
Você já se pegou escrevendo o seu nome e o da pessoa pelo qual você esta apaixonada no espelho embaçado do banheiro, ou num pedacinho de papel;
Você já se viu cantando o mantra "Toca telefone toca" em alguma das sextas-feiras de sua vida, ou qualquer outro dia que seja; Você já enfiou os pés pelas mãos alguma vez na vida e se atirou de cabeça numa "relação" sem nem perceber que você mal conhecia a outra pessoa e que com este seu jeito de agir ela te acharia um tremendo louco;
Você, assim como nos contos de fada, sonha em escutar um dia o tal "...E foram felizes para sempre"
Bem, preciso continuar? Ok, acho que não...

Negue o quanto quiser, mas sei que já passou por isso, e se não passou, não sabe o quanto esta perdendo...


"O problema de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda chance"


"Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos"


(Luís Fernando Veríssimo)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A Coisa



A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.

(Mario Quintana)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Mulheres machistas

(Stella Florence, crônica da revista Criativa)


Outro dia eu estava na casa de uma amiga, papeando, quando sua filha adolescente chegou do colégio. A menina pôs a mesa, esquentou a comida, preparou um suco, jantou, lavou a louça e foi para o quarto se pendurar na internet. E nós, ferradas na conversa.

Meia hora mais tarde, foi a vez do filho dessa minha amiga, um ano mais velho do que a menina, chegar do inglês. Qual não foi minha surpresa ao ouvir:

- Você me dá licença um minuto? Vou preparar o jantar do Felipe.

E lá foi ela. Pôs a mesa, fez um suco, esquentou o prato, o serviu e ainda por cima, atendendo ao pedido do adolescente-paxá, foi buscar o sal e o azeite na cozinha. Só depois que o rapaz foi tomar banho e minha amiga estava definitivamente de volta ao sofá, após ter tirado a mesa, foi que eu tive coragem de dar uma indireta:

- Ora, Amanda, você não precisava fazer cerimônia comigo, podia ter feito o prato da sua filha, também.

Ao que ela me respondeu:

- Imagina, Stella, meninas têm que se virar.

Oh, céus! E meninos, não?

É claro que eu não achava que Amanda deveria ter feito o prato da filha, essa foi apenas uma forma delicada de perguntar: 'Por que diabos você trata sua filha de uma maneira e seu filho, de outra?'.

Já é hora de nós, mulheres, fazermos um mea culpa. Os homens não são os únicos machistas do mundo. Pense comigo: se o machismo continua vivo - e ele continua -, a responsabilidade seria exclusivamente deles? Se cinqüenta por cento do mundo é feito de mulheres, será que nós não ajudamos a perpetuar o machismo de alguma forma?

A reflexão vale a pena, por isso aí vão algumas dicas para você testar a si mesma.

- Fazer comentários depreciativos sobre mulheres que exercitam sua sexualidade livremente é uma atitude machista.

- Catalogar como demônios malditos mulheres que se apaixonaram por homens casados ou que tiveram relacionamentos extraconjugais é também machismo - sobretudo quando, num homem, a mesma atitude não causa qualquer espanto.

- Educar meninos e meninas de forma diferente, com dois pesos e duas medidas, numa palavra: é machismo.

- Na novela das oito, o galã com um copo de uísque na mão é charmoso, mas a mocinha, se pegar num copo de vodca é uma criatura vulgar e destrambelhada? Sim, isso é machismo.

- Se uma mulher acusa o chefe de abuso sexual e você pensa, 'Ela não deve ter se comportado direito', ou seja, a culpa é dela, sinto dizer, mas esse é um pensamento machista (até porque assediadores atacam indistintamente, chegando a preferir as recatadas).

- E tem mais! Uma mulher submissa é machista, na medida em que considera a opinião de um homem - simplesmente por ele ser homem - mais válida do que a sua. Portanto, submeter-se é ser machista - um machismo herdado, sem dúvida, mas não por isso menos devastador.

As implicações de tal preconceito não param por aí, mas meu espaço para escrever sobre elas, sim.

Quanto a minha amiga Amanda, é terrível dizer, mas ela, sem se dar conta, está perpetuando um estado de coisas que só traz dor ao mundo. Dor a homens e mulheres, porque, quando há papéis fixos de dominador e dominada, nem um, nem o outro consegue realmente ser feliz.

Ser ou não ser uma mulher fácil?

(por Stella Florence, crônica da revista Criativa)

Não seja uma mulher fácil, minha filha. Nós crescemos ouvindo isso, não é mesmo? E, como boas meninas, obedecemos. Nos tornamos tão difíceis, mas tão difíceis que nos perdemos até do nosso próprio desejo.Quantas vezes você esteve a fim de um cara, suficientemente a fim para a noite não terminar na porta do seu prédio, mas não o chamou para subir apenas por medo de parecer uma moça fácil? Com medo de ele não te procurar de novo? Com medo do que ele iria pensar de você? Não sei você, mas eu acho que nós estamos vivendo com medo demais.
Então eu tenho boas e más notícias. A má notícia é que você perdeu várias oportunidades de ser feliz, perdeu seu tempo, com essa coisa de ser difícil - difícil, em primeiro lugar, para si mesma. A boa notícia, oba, é que os homens não se importam com o fato de uma mulher transar ou não na primeira noite. Um homem de verdade, que não seja criança nem babaca, não vai te julgar depreciativamente por transar na primeira noite, nem vai deixar de ter algo sério com você baseado na velocidade com que você tirou a roupa.
Conforme eu já disse nessa coluna, meus amigos me juram de pés juntos - não um, não dois, mas vários deles - que se um homem não te procura para uma segunda noite, se ele desaparece, é porque, antes mesmo de transar, ele já não estava muito a fim de você. Não haveria uma segunda noite de qualquer maneira ou, em bom português, ele só estava a fim de dar umazinha. E como é que você vai saber quando a coisa é para valer e quando não é? Aí é que está: você não vai saber. Por isso o único jeito é viver. Se preservar em nome da regra arcaica "não seja uma mulher fácil" só te protege, te afasta e te esconde de uma coisa: do seu próprio desejo.
O termo "dar" às vezes engasga na minha garganta. Tudo bem, eu uso, você usa, todo mundo usa, não sejamos radicais, mas pensando um pouco sobre o seu significado, parece que os homens comem e as mulheres dão, eles ganham e a gente perde. Será que é verdade? Claro que não. Sexo é troca. Ambos dão, ambos recebem, mix total de intenções e braços e pernas. Portanto, não há um conquistador e uma conquistada, um guerreiro e uma vítima, alguém que ganha e alguém que perde. O que há são pessoas adultas que se conhecem, se sentem atraídas uma pela outra e decidem ou não passar aquela primeira noite juntos.
O escritor William Faulkner disse: "Escrever é fácil ou é impossível". Estar com alguém também deveria ser assim: fácil, quando se deseja, impossível, quando não. É válido dar um tempo para conhecer o outro? É bom querer saber onde se está pisando? É útil se certificar de que a experiência não será uma fria completa? Sem dúvida! O que não é válido, nem bom, nem útil é podar seu desejo apenas por medo de ser considerada uma mulher fácil.
Quando minha filhinha crescer, eu já sei o que vou ensinar a ela: meu amor, seja uma mulher fácil. Fácil, em primeiro lugar, para você mesma.


(Stella Florence tem 1 filha, 30 tatuagens e 6 livros deliciosos como, por exemplo, “Hoje acordei gorda”, “Ser menina é tudo de bom!” e “O Diabo que te carregue!”. Stella é cronista e dá palestras por todo o país.)

sábado, 15 de setembro de 2007

Mulheres e Pirralhos...

(isso foi escrito pela minha pessoa no dia 01/07/07, numa crise cronista... rsrsrs)


Sábado, 8 horas da noite e no TeleCine começa "Terapia do Amor". Eu ja havia assistido, mas fui ver com outros olhos. O filme basicamente fala que relacionamentos de mulheres com homens mais novos não dão certo (mesmo eles se amando...).
Eu, como boa papa anjo, discordo. Claro q relacionamentos com homens mais novos são dificeis e complicsados. Mas por favor, qual relacionamento é facil? Quem foi o mongol que falou que para você ser feliz o outro ou a outra tem que ter nascido no mesmo ano que você? Q ridículo!
Eu com 26 anos ja saí com homens mais velhos e mais novos (esses maioria), e p/ mim, nada melhor q um pirralho na vida de uma mulher! Recomendo!!! É serio!
Eles nos fazem lembrar q ser maduro não é ser serio e falar de politica. Que maturidade vai além do que você fala. Maturidade não é você agir como uma pessoa da sua idade, porque se vc for agir como todos você será apenas mais um, e não fará a diferença. A sociedade quer que você seja igual, porque o diferente assusta...
O que importa não é a idade dele ou dela, e sim o que vocês sentem um pelo outro.
Lembrem-se q o amor, aaahhh o amor, o amor não tem regras...
"Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o alguém da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!"

(Mário Quintana)