quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Carl Rogers





Destacado pioneiro no desenvolvimento da chamada Psicologia Humanista, ou Terceira Força em Psicologia - segundo a classificação de Abraham Maslow -, Carl Ranson Rogers foi um dos principais responsáveis - embora quase nunca se fale nisso - pelo acesso e reconhecimento dos psicólogos ao universo clínico, antes dominado pela psiquiatria médica e pela psicanálise - que, nos EUA, era exercida exclusivamente por médicos até bem pouco tempo atrás. Sua postura enquanto terapêuta sempre esteve apoiada em sólidas pesquisas e observações clínicas, podendo-se, sem sombra de dúvida, dizer que o campo de pesquisas objetivas voltadas para o referencial teórico da Abordagem Centrada na Pessoa é formado por um número considerável de trabalhos, indo mesmo além que o número de pesquisas feitas sobre muitas outras abordagens, incluindo a psicanálise.
Nascido em Oak Park, Ilinois, EUA, em 8 de janeiro de 1902, Carl Ranson Rogers era o filho do meio de uma grande família protestante, onde os valores tradicionais e religiosos (quase fundamentalistas), juntamente com o incentivo ao trabalho duro eram amplamente cultivados. Aos doze anos, Rogers e sua família mudam-se para uma fazenda, onde, em terreno tão fértil e estimulante, passou a se interessar por agricultura e ciências naturais. Posteriormente, na universidade, Rogers se dedicaria, inicialmente, ao aprofundamento de seus estudos em ciências físicas e biológicas. Logo após graduar-se na Universidade de Wisconsin, em 1924, Rogers passou, como era de se esperar diante das espectativas de sua família, a frequentar o Seminário Teológico Unido, em Nova York, onde, felizmente, recebeu uma liberal visão filosófica da religião. Transferindo-se para o Teachers College da Columbia University, foi introduzido na psicologia. Nesta mesma universidade obteve seus títulos de Mestre, 1928, e Doutor, 1931. Suas primeiras experiências clínicas, calcadas na tradição behaviorista e, ainda mais, psicanalista, foram feitas como interno do Institute for Child Guidance, onde sentiu a forte ruptura entre o pensamento especulativo freudiano e o mecanicismo medidor e estatístico do behaviorismo. Depois de receber seu título de Doutor, Rogers passou a fazer parte da equipe do Rochester Center, do qual passaria a ser diretor. Neste período, Rogers muito tirou das idéias e exemplos de Otto Rank, que havia se separado da linha ortodoxa de Freud. Foi trabalhando em Rochester que Rogers atingiu novos insights e percepções do tratamento psicoterpêutico que lhe liberou da forte amarra cadêmica e concentual que havia (e ainda há) no ensino e prática da piscologia. Em 1949, Rogers passou a ocupar a cátedra de Psicologia da Universidade de Ohio. Por ter passado muito tempo envolvido diretamente com a clínica, a passagem para o meio acadêmico foi muito dura para ele. Ficou claro que, durante seu trabalho ativo com clientes, ele tinha atingido novas formas de pensar a prática psicoterapêutica que eram muito diferentes das abordagens acadêmicas convencionais. De todo modo, as críticas iniciais a que foi submetido e o interesse que os estudantes demonstravam em sua teoria compeliu-o a explanar melhor seus pontos de vista, resultando uma série de livros, principalmente Counseling and psychoterapy (1942). Em 1945, Carl Rogers tornou-se professor de Psicologia na Universidade de Chicago e secretário executivo do Centro de Aconselhamento Terapêutico, quando elaborou e definiu ainda mais seu método de terapia centrada no cliente, a partir do legado de outros teóricos, principalmente Kurt Goldstein, formulando uma teoria da personalidade e conduzindo pesquisas sobre a psicoterapia, o que muito pouco era feito com relação à abordagem do momento, a Psicanálise. Em 1957, Rogers passa a ensinar na Universidade em que se graduou, Winconsin, até 1963. Durante esses anos, ele liderou um grupo de pesquisadores que realizou um brilhante estudo intensivo e controlado, utilizando a psicoterapia centrada com pacientes esquizofrênicos, obtendo, em alguns pontos, muito material sobre a relação terapêutica e muitos outros dados de interesse científico, em termos estatísiticos, com estes e com seus familiares. De qualquer modo, foi o início de uma abordagem mais humana junto aos pacientes hospitalares. Desde 1964, Rogers associou-se ao Centro de Estudos da Pessoa, em La Jolla, Califórina, entrando em contato com outros teóricos humanistas, como Maslow, e filósofos, como Buber e outros. Rogers passou a ser agraciado por muitos psicólogos pelo seu trabalho científico, e atacado por outros, que viam nele e em sua teoria uma abordagem tola e/ou perigosa para o status e o poder que tinham, principalmente nos meios médicos que se viram forçados a reconhecer, à custas das inúmeras pesquisas sérias levadas por Rogers e seus auxiliaraes, que o psicólogo pode ter tanto ou mais sucesso no tratamento piscoterapêutico quanto um psiquiatra ou psicanalista.
Rogers foi, por duas vezes, eleito presidente da Associação Americana de Psicologia e recebeu desta mesma associação os prêmios de Melhor Contribuição Científica e o de Melhor Profissional. Rogers morreu ativo, em 1987, aos 85 anos de idade.


domingo, 25 de outubro de 2009

Corredores - Ana Carolina


 
Eu andei
Sorri, chorei, tanto
Não me arrependi
Ganhei e perdi
Fiz como pude
Lutei contra o amor
E quanto mais vencia, me achava um perdedor
Mais tarde me enganei
Vi com outros olhos
Quando às vezes não amei a mim
Não por falta de amor
Mas amor demais me levando pra alguém
Quem?
Visitou os corredores da minha alma
Soube dos enganos
Secretos planos
E até uns traumas
Sempre fui muito só
Eu andei
Sorri, chorei tanto
Fui quase feliz
Fiz tudo que quis
Fiz como pude
Desprezei meu ego
Dando esmolas a ele com se fosse um cego
Mais tarde me enfeitei
Até pintei os olhos
Quando às vezes não amei a mim
Não por falta de amor
Mas amor demais me escapando pra alguém
Quem?
Visitou os corredores da minha alma
Soube dos meus erros
E dos nós que fiz
Bem na linha da vida
Sempre fui muito só




domingo, 18 de outubro de 2009

A.M.I.Z.A.D.E




Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas
Cabeça de homem mas o coração de menino
Aquele que está do meu lado em qualquer caminhada
Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro
Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro
O seu coração é uma casa de portas abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas

Às vezes em certos momentos difíceis da vida
Em que precisamos de alguém pra ajudar na saída
A sua palavra de força, de fé e de carinho
Me dá a certeza de que eu nunca estive sozinho

Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Sorriso e abraço festivo da minha chegada
Você que me diz as verdades com frases abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que você é meu amigo

Não preciso nem dizer
Tudo isso que eu lhe digo
Mas é muito bom saber
Que eu tenho um grande amigo


(Amigo/Roberto Carlos)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Frase do Dia





Não olhe onde você caiu, mas onde você escorregou.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Solidão romântica




Por Stella Florence


Não se preocupe: eu não vou ficar discorrendo sobre a solidão romântica como se ela fosse uma tese de doutorado nem dizer que você precisa se amar para nunca se sentir sozinha (se o Colin Farrell te amasse também não seria nada mal, não é?). Da mesma forma, jamais direi que a falta que você sente do amor de um homem pode ser suprida pelo amor de (ou a) Deus, seus amigos ou seus animais de estimação. Por quê? Porque isso seria a mesma coisa que afirmar "quando você tiver fome, tome um banho": são necessidades diferentes!


Eu tenho náuseas quando alguém me diz, "Ora, por que você está triste? Você tem uma filha linda!". Sim, eu tenho uma filha linda que amo profundamente - e o que isso tem a ver com a dor de levar um fora? Posso chorar ou estou proibida pela patrulha do politicamente correto? Será que certos autores de livros de auto-ajuda vão me fuzilar num paredão por eu afirmar que não podemos substituir uma necessidade por outra?
A pílula da felicidade que eles não cansam de nos vender não passa de um placebo. A necessidade de algo que transcenda a matéria não pode ser substituída por uma ida ao shopping (e vice-versa) da mesma forma que o fato de alguém, como eu, ter uma filha linda, não substitui a dor que se sente ao ter o coração partido em duzentos e vinte e cinco mil pedaços. Usando português claro: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.


Algumas pessoas apontam o trabalho voluntário como remédio para a solidão romântica. Não é. O voluntariado preenche a necessidade que temos de doação pessoal. Recomendo vivamente a manutenção dessa experiência riquíssima que abre horizontes e cria luminosas teias de simpatia. No entanto, repito, isso não substitui o roçar sedutor da barba mal-feita do homem que você deseja. Da mesma forma que o roçar sedutor da barba mal-feita do homem que você deseja não substitui sua necessidade de doação pessoal. Vamos ao mantra do dia? Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.


Só existe uma coisa que pode aliviar a solidão romântica: um romance. Só existe uma coisa que pode aliviar a falta que sua família faz: entrar em contato com ela. Só existe uma coisa que alivia a vontade de ter um animalzinho: adotar um. Cada necessidade no seu devido lugar, com o seu respectivo alívio. O resto é pílula da felicidade vendida por pessoas que se sentem tão sozinhas quanto eu e você - mas que, cá entre nós, têm muito mais dinheiro na conta bancária do que eu e você.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Try

domingo, 4 de outubro de 2009

Libertou-se o menino



Livre
Finalmente, o pequeno menino negro aprisionado no corpo do astro pop deformado e ensandecido pode voar para a sua Neverlândia imaginária, agora real. O pequeno prodígio havia sido aprisionado naquele corpo por causa do seu talento. Meio século de insuportável prisão. O ícone da pós-modernidade, rei do pop, o insuperável, inimitável e inatingível astro sufocou na angústia do seu pequeno ser, ainda tão inocente, tão bonito, tão angelical quanto antes.

Michael foi vitimado pela sua própria perfeição e morreu de fadiga, na insana tentativa de superar o insuperável, ou seja ele mesmo. O pequeno príncipe havia sido engolido pelo próprio astro em que vivia. Agora, está finalmente livre o menino.

O que o mundo vela em Los Angeles é a fétida carcaça zumbi do rei do pop; do ídolo amalgamado pelas deformidades insanas da humanidade consumista. O menino não está mais lá. Jaz um corpo disforme, alvejado e plastificado pelo insaciável monstro capitalista, ele mesmo um zumbi que se nega a morrer. O que enterramos não tem mais uma gota de sangue, de vida, de dignidade. Tudo, absolutamente tudo, foi avidamente sugado do seu interior.

O menino Michael se foi para fazer a alegria dos celestes corais de anjos infantes.

Agora, além de cantar glória a Deus, eles dançam sobre as nuvens nos passos do moonwalker. E se riem da tragédia que foi este meio século daquele menino negro, agora entre eles. Riem-se também dos milhões que continuam brincando com o zumbi morto e dele ainda irão recolher incontáveis sacolas dos dólares que continuarão jorrando como rios do seu interior.

Elvis não morreu. Michael também não morrerá. O astro-monstro sabe disso. O que se foi é o menino.

Livre! Liberto para viver num lugar digno na memória de gerações. Como no "Retrato de Dorian Gray", ao lado do quadro de um lindo menino negro de cabelo Black-power jaz agora o decrépito corpo de um astro pop, deformado e envelhecido. Podem colocá-lo no formol, porque o menino não está mais nele.

Vai em paz, Michael!


Finalmente estás livre!



( Clóvis H. Lindner)

Qual é a melhor religião?‏


Breve diálogo entre o teólogo brasileiro Leonardo Boff e o Dalai Lama.

Leonardo Boff explica:

“No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, na qual ambos (eu e o Dalai Lama) participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga:
- “Santidade, qual é a melhor religião?” (Your holiness, what`s the best religion?)
Esperava que ele dissesse: “É o budismo tibetano” ou “São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo.”
O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos, o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia contida na pergunta – e afirmou: “A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus, do Infinito”. É aquela que te faz melhor.”
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
- “O que me faz melhor?”
Respondeu ele:
-”Aquilo que te faz mais compassivo” (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável.. . Mais ético… A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião…”
Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta sábia e irrefutável.. .
Não me interessa amigo, a tua religião ou mesmo se tem ou não tem religião. O que realmente importa é a tua conduta perante o teu semelhante, tua família, teu trabalho, tua comunidade, perante o mundo…

Lembremos:

“O Universo é o eco de nossas ações e nossos pensamentos”. A Lei da Ação e Reação não é exclusiva da Física. Ela está também nas relações humanas. Se eu ajo com o bem, receberei o bem. Se ajo com o mal, receberei o mal. Aquilo que nossos avós nos disseram é a mais pura verdade: “terás sempre em dobro aquilo que desejares aos outros”.

Para muitos, ser feliz não é questão de destino. É de escolha. Pense nisso.