domingo, 28 de março de 2010

Agora em outro Blog

Nao estarei mais nesse Blog... Mudei para: http://aventurasmentais.wordpress.com/

sexta-feira, 26 de março de 2010

Elisa Lucinda - No elevador do filho de Deus

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas

Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressucitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.

terça-feira, 23 de março de 2010

Caçador de Mim

domingo, 21 de março de 2010

Sobreviver é o 1° passo para sair da escuridão!



Sobreviver é o 1° passo para sair da escuridão!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Desorganização

"Estou procurando, estou procurando. Estou tentando entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda. Não confio no que me aconteceu. Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato de não a saber como viver, vivi uma outra? A isso quereria chamar desorganização, e teria a segurança de me aventurar, porque saberia depois para onde voltar: para a organização anterior. A isso prefiro chamar desorganização pois não quero me confirmar no que vivi - na confirmação de mim eu perderia o mundo como eu o tinha, e sei que não tenho capacidade para outro.

Se eu me confirmar e me considerar verdadeira, estarei perdida porque não saberei onde engastar meu novo modo de ser - se eu for adiante nas minhas visões fragmentárias, o mundo inteiro terá que se transformar para eu caber nele.

Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.

Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Nesta minha nova covardia - a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la -, na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Até agora achar-me era já ter uma idéia de pessoa e nela me engastar: nessa pessoa organizada eu me encarnava, e nem mesmo sentia o grande esforço de construção que era viver. A idéia que eu fazia de pessoa vinha de minha terceira perna, daquela que me plantava no chão. Mas e agora? estarei mais livre? Não. Sei que ainda não estou sentindo livremente, que de novo penso porque tenho por objetivo achar - e que por segurança chamarei de achar o momento em que encontrar um meio de saída. Por que não tenho coragem de apenas achar um meio de entrada? Oh, sei que entrei, sim. Mas assustei-me porque não sei para onde dá essa entrada. E nunca antes eu me havia deixado levar, a menos que soubesse para o quê."


(A paixão segundo G.H/Clarice Lispector)

sábado, 6 de março de 2010

Nem todos aqueles que se queixam de solidão podem realmente amar

por Paulo Sternick

Muitas das complicações amorosas atuais se devem ao jeito apressado e egoísta de viver que as pessoas adotaram, mas não só. Há homens e mulheres que carregam uma dificuldade inata de se entregar ao amor. Não conseguem. Estes precisariam cuidar de se conhecer melhor, talvez por meio da psicanálise, para poder se libertar e encontrar um relacionamento que valha a pena.

Muitos homens e mulheres - entre eles pessoas jovens e bonitas - vivem reclamando da dificuldade em manter uma relação amorosa consistente. Isso soa contraditório numa época que oferece oportunidades de comunicação e encontro como nenhuma outra. Será esta oferta abundante de chances, dispersando a atenção, e seduzindo com a ilusão de fartura, o fator que distrai a concentração da procura do amor único e singular? Talvez. Mas há relatos de outras causas, uma porção delas, algumas até meio extravagantes. Existem mulheres que reclamam do excesso de gays, como se os homens fossem uma espécie em extinção, embora as estatísticas mostrem que os homossexuais representam apenas 10% de ambos os sexos. E existem homens dizendo que as mulheres andam fáceis demais - como se não desfrutassem essa generosidade.

Que o espírito do tempo, com sua pressa e avidez, não favorece o amor, não deixa de ser verdade. Estamos mais para um fast love do que para um conhecimento singelo e curtido, propício a promover o encontro de duas almas, com suas carências e aspirações de satisfação mútua e construção de uma vida comum, com base na renúncia de desejos egoístas e na superação da intolerância.

As dispersões da atualidade, de qualquer maneira, só capturam quem não desenvolve em si a capacidade de amar, ou não supera essa incapacidade. Sim, porque há pessoas que simplesmente não são aptas para o amor. São "imunes ao canto", nas palavras do poeta inglês Percy Shelley (1792-1822). Ou sofrem de excesso de narcisismo, de medo, ódio, intolerância, inveja.

O psicanalista Wilfred Ruprecht Bion (1897-1979), também inglês, conjecturou que até "o amor pode inibir o amor". Nem tente compreender precipitadamente essa formulação intrigante. É conveniente deixá-la no ar, para ser pensada.

Há, em nossa volta, uma cultura meio histérica, de exibicionismos, mulheres vaidosas que adoram despertar paixões e não assumi-las, pelo mero prazer de se sentirem desejadas. E homens conquistadores e orgulhosos de suas façanhas sexuais, mas de estreitos e curtos horizontes afetivos. Paradoxalmente, eles e elas se queixam de não ter um relacionamento consistente. Alguns por falta de sorte e sintonia, outros por obstáculos internos ou por carregar uma estranha e inadvertida instância crítica interna adversa ao amor, que talvez só possa ser minorada com psicoterapia. Portanto, as dificuldades amorosas da atualidade têm um pé na cultura e outro no indivíduo. Mas um causa o outro. Com certeza, seres apressados, superficiais e vazios não se credenciam a amar e serem amados com facilidade, pelo menos por pessoas mais exigentes. Porém, em qual ponto termina a exigência e começa a idealização, a ilusão e a fantasia infantil de encontrar o ser amado perfeito? Os critérios que muitas pessoas sustentam para conseguir gostar de alguém indicam mais para a intolerância do que para o amor. Por isso, há os que ficam sozinhos (ou com seus fast lovers vez ou outra), maiores abandonados. Não raro são excelentes profissionais, capazes de constituir patrimônio, mas não conseguem alcançar o bonito espírito do Salmo 127, que subtraído de seu aspecto religioso, poderia ser reescrito deste modo: "Trabalham em vão aqueles que erguem uma casa que não tenha sido pelo amor construída".

[Paulo Sternick é psicanalista no Rio de Janeiro (Leblon, Barra e Teresópolis). E-mail: psternick@rjnet.com.br]

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ilusões - as aventuras de um messias indeciso

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

That I Would Be Good - Alanis Morissette

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Uma belíssima autodescrição


Um dia de inspiração na vida do Daniel, e uma belíssima autodescrição.



Daniel:

Significa "Deus é meu juiz". Indica uma pessoa que não se preocupa exageradamente com a opinião dos outros. O importante para ele é estar em paz com a própria consciência e com seus princípios morais. Tem uma intuição muito grande e sabe usá-la.




Sou alguem que dá valor aos pequenos momentos, alguem que procura aprender com as lições do passado, me extasiar com o presente e procurar guiar o meu futuro para a evolução, melhorar sempre, dar a volta por cima aguentando e superando as adversidades. Não me atenho muito ao que a sociedade nos diz, prefiro ter minha visão baseada no que aprendi, aprendo e ainda vou aprender. Acredito na força das palavras, na atração tanto de energias boas quanto ruins. Acredito na corrida atrás do que se quer, e que quando não temos em nossas mãos o que queremos, é porque não nos esforçamos o bastante ou não nos moldamos para receber o que desejavamos. Sou agnóstico, inquisidor por natureza, alguem que percebe que há algo de errado com o rumo de certas coisas. Procuro ao máximo fazer com que minhas limitações tornem-se porcelanas caindo e espatifando-se diante dos meus pés. Procuro não fazer vista grossa ao que está errado, procuro ser justo, ser compreensivo, tento observar atentamente as mentes que estão ao meu redor, olhar dentro da alma delas, pois sou grato, por estar vivo e poder experimentar tais sensações no agora, pois quanto ao amanhã, é pura incerteza.


Raiva e ódio se você permitir, sobrepõem-se a razão, sensibilidade e a capacidade de amar a vida, e tudo que está envolto nela. Leve, sublime e sábio, é aquele, que mantém a calma e controle perante situações que tocam nas partes mais obscuras da alma, admiro quem luta por isso, pois é necessário grande sabedoria e reflexão para se libertar de tais sentimentos. Acho mágico lembrar de quem você era, ver quem você é e quem você pode se tornar. Penso na marca que poderei vir a deixar nesta vida, e é muito gratificante, quando alguem amigo coloca a mão no meu ombro e me diz: - para mim, você já deixou. Enfim, hoje em dia, deixo o barco me levar para o alto mar, mas procuro estar atento a aquele momento as vezes imperceptível, em que devo mudar o curso para um outro local.


Aos anjos que me ajudaram a chegar até aqui, tudo o que posso sentir é uma enorme gratidão. Lembro de todos os momentos em que eu menos merecia atenção, e mesmo assim, vocês vieram até mim, me olharam dentro dos olhos, e me estenderam a mão. E isso, carregarei comigo para sempre.




"A cidade não para, a cidade só cresce, o de cima sobe e o debaixo desce..." Chico Science

sábado, 16 de janeiro de 2010

HÁ, HE, HI, ROBIN WILLIAMS

Uns anos atrás, os Simpsons vieram pro Brasil. Homer foi sequestrado. Bart ficou excitado com a loira de short enfiado na bunda que apresentava um programa infantil na TV. O menino pobre que a Lisa ajudou não tinha o que comer, mas estava muito feliz desfilando no Carnaval.
Esses dias, Robin Willians falou o seguinte: "Claro que o Rio ganhou de Chicago a sede das Olimpíadas. Chicago levou Michele e Oprah e o Rio levou 50 strippers e 500g de cocaína".
Eu ri!
Advogados, autoridades e populares se revoltaram nos dois casos. Eles não se revoltam, não se mobilizam, não processam, não abrem inquéritos, não fazem passeatas quanto ao sequestro, pouco importa a loira vagabunda apresentadora de programa infantil, a idiotice do carnaval, o tráfico de drogas e a prostituição que acontecem na vida real bem debaixo do nosso nariz.

Eles se revoltam só quando usam isso pra fazer piada.
A piada realmente boa sempre ofende alguns e mata de rir outros por um motivo simples: a boa piada sempre fala de uma verdade.

Num País onde aprendemos a mentir, enganar, roubar, tirar vantagem desde cedo, a verdade não diverte: assusta. O cara engraçado pro brasileiro é sempre aquele que fala bordões manjados, dá cambolhatas no chão em altas trapalhadas, conta piadas velhas, imita o Silvio Santos e outras personalidades ou faz um trocadilho bobo mostrando ser um ignorante acerca dos assuntos. Esses bobos passivos nos deliciam porque não incomodam ninguém! Um cara que faz um gracejo com uma verdade inconveniente pro brasileiro é como o alho pro vampiro - merece ser execrado.

O brasileiro é uma gorda de 300 quilos que odeia ouvir que é gorda. Ela faz um regime pra parar de ouvir isso? Não! Regime e exercício dão muito trabalho. É mais fácil ir ao shopping, comprar roupa de gente magra, vestir e depois acomodar a bunda na cadeira do McDonalds. O problema é que nem todo mundo é obrigado a engolir que aquela fábrica de manteiga é Barbie, só porque está com a roupa da Gisele Bundchen. Então é inevitável que mais hora, menos hora, alguém da multidão grite: "Volta pro circo!" ou "Minha nossa! É o StayPuff com o maiô da Dayane dos Santos?". Então a gorda chora. Revolta-se. Faz manha... Ameaça. Processa. Porque, embora ela tenha tentado se vestir como uma magra, no fundo, a piada a fez lembrar que ela é mais gorda que a conta bancária do Bill Gates. A autoestima dela tem a profundidade de um pires cheio de água.

Ao invés de dizer que "Robin Williams tem dor de corno", prefeito do Rio, vá cuidar primeiro da sua dor de mulher de malandro. Sabe? Mulher de malandro, sim, aquela que apanha, apanha, apanha mas engole os dentes e o choro porque acha que engana a vizinha dizendo: “Eu tenho o melhor marido do mundo”.
Advogados. Vocês já são alvo de piadas por outros motivos. Já que se incomodam com piadas, evitem ser alvo de mais algumas delas, não processando Robin Williams. Em vez de processo, envie pra ele uma carta de gratidão. Pense que ele estava num dos melhores programas de TV do mundo e só falou de puta e cocaína. Ele poderia ter falado por exemplo, que o turista que vier pra Olimpíadas se não for roubado pelo taxista, o será no calçadão.

Poderia também ter dito que o governo e a polícia brasileira lucram com aquela cocaína do morro carioca que ele usou na piada. E se ele resolvesse falar algo como: “As crianças do Brasil não assistirão às Olimpíadas porque estarão ocupadas demais se prostituindo”?

Ah... E se ele resolvesse lançar mais uma piada do tipo: “Brasileiro é tão estúpido, que se preocupa com o que um comediante diz, mas não se preocupa com o que o político em quem ele vota faz...”.

Enfim... são muitas piadas que poderiam ter sido feitas. Quem é imbecil e se incomoda com piada, não seja injusto e agradeça ao Robin Williams porque ele só fez aquela. E depois brasileiro insiste em fazer piada dizendo que o português é que é burro."


Não esmoreça e nem desista.

Trabalhe duro!

Afinal, milhões de pessoas que vivem do Bolsa-Família, sem trabalhar, dependem de você!


[Danilo Gentili]

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A principal causa dos problemas são as soluções




Exatos dois meses depois de ler essa frase, que na época me intrigou absurdamente (e ainda intriga), eu coloco aqui um post sobre ela. A frase ja estava aqui guardada, mas eu não conseguia desenvolver nada sobre ela, e não sabia o porque. Hoje, minha teoria sobre meu bloqueio em desenvolver algo sobre a frase, é que eu precisava conhecer a pessoa que a colocou no orkut. Conheci. E agora entendo a frase.

Caso você ache que eu farei uma dissertação sobre ela, que explicarei nos mínimos detalhes a minha visão; esta muito enganado. Não a farei simplesmente porque prefiro que você tire suas próprias conclusões.

Leia. Você pode ler e entender claramente a profundidade dela logo de cara. Ou não. Releia se for preciso. Calma! Eu precisei de exatos dois meses para compreender a dita cuja.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Amor E Saudade



Amor E Saudade
 (Jair Oliveira)


Certa vez, uma saudade veio me apertar pra saber
Pense bem 'vai querer me guardar ou esquecer?'
E me fez pensar que tudo que passou, passou de uma vez
Outra vez? Nem pensar, só se for pra chorar
Então respondi: o amor é mesmo assim
Saudade pense bem
Pense se já viu alguém que amou
não sofreu e não sentiu
Saudade se disse que 'não' mentiu!

Amor de verdade bate saudade
Amor de verdade bate saudade
Amor de verdade bate saudade
Amor de verdade bate saudade

Um amor de verdade
Bate muita saudade
Um amor de verdade
Bate muita saudade