terça-feira, 2 de outubro de 2007

Cachorro e o Coelho


Eram dois vizinhos, que viviam em comunhão.
Um deles resolveu criar bichinho de estimação.
Então comprou um coelho para os filhos.
Os filhos do outro vizinho também quiseram um animalzinho.
Logo o homem comprou um filhote de pastor alemão.
Inicia-se aí a preocupação, e a conversa entre os dois visinhos:
- Ele vai comer o meu coelho!
- De jeito nenhum. O meu pastor é filhote.
Crescerão juntos, "pegar" amizade...
E pareceu que o dono do cão tinha razão.
Juntos cresceram e se tornaram amigos.
Era bastante comum e normal ver o coelho e o cachorro no quintal
Sempre em alegres brincadeiras.
As crianças estavam felizes cada qual com seu bichinho.
Chegou um dia em que o dono do coelho precisou viajar com a família,
E o coelho ficou sozinho.
No domingo à tarde, o dono do cachorro e a família
Tomavam um lanche quando, de repente,
Entra o pastor alemão com o coelho entre os dentes,
Imundo, sujo de terra, morto.
Quase mataram o cachorro de tanto agredi-lo,
O cão levou uma surra!
Dizia o homem:
- O vizinho estava certo, e agora? Só podia dar nisso!
Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar.
Todos se olhavam... E agora?!
O cachorro, coitado, chorando lá fora,
Os seus ferimentos lambendo.
- Já pensaram como ficarão as crianças?
Não se sabe exatamente quem teve a idéia,
Mas parecia infalível:
- Vamos lavar o coelho, deixa-lo limpinho,
Depois a gente seca com o secador
E o colocamos na casinha.
E assim fizeram.
Até perfume colocaram no animalzinho.
Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças.
Logo depois os vizinhos chegam. Notam-se os gritos das crianças.
Descobriram!
Não passaram 5 minutos
E o dono do coelho veio bater à porta, assustado.
Parecia que tinha visto um fantasma.
- O que foi? Que cara é essa?
- O coelho, o coelho..
- O que tem o coelho?
- Morreu!
- Morreu? Ainda hoje parecia tão bem.
- Morreu na sexta feira!
- Na sexta?
-Sim. Foi antes de viajarmos.
As crianças o haviam enterrado
No fundo do quintal e agora do nada
O Coelho reapareceu!


A história termina aqui...

O que aconteceu depois não importa.
Mas o grande personagem desta história é o cachorro.
Imagine o coitado, desde sexta-feira procurando em vão
Pelo seu amigo de infância.
Depois de muito farejar,
Descobre o corpo morto e enterrado.
O que fez ele?
Provavelmente com o coração partido,
Desenterra o amigo e vai mostrar para seus donos,
Pedindo ajuda, imaginando como fazer para ressuscitá-lo.
E o pobre e fiel cão?
Foi injustamente julgado e condenando
Justamente por aqueles
A quem tinha como melhores amigos.
Qual o apoio que o sofrido cão
Recebeu dos seus amigos racionais?
Foi impiedosamente julgado e condenado,
Pois afinal, as evidências apontavam para ele.

Em nosso convívio percebemos que nós “seres racionais”
Continuamos crendo que temos como dever e direito
O ato de Julgar e condenar...
E com isso, todos nós acabamos por ser, um dia, também sendo julgados.

Outra lição que podemos tirar desta história
É que nós “seres racionais” temos a tendência de julgar
Os fatos sem antes verificar
O que de fato aconteceu.

Quantas vezes tiramos erradas conclusões
Em inúmeras e diversas das situações
Pois nos achamos donos da verdade?

Será que existe uma “Verdade Universal”?
A minha verdade será necessária a tua?
A nossa verdade seria no futuro
Obrigatoriamente a verdade de nossos filhos?

História como esta nos leva a pensarmos bem nas atitudes que tomamos.

"Regra da evidência: jamais acolher algo como verdadeiro, a não ser que seja absolutamente evidente, e não acolher no juízo o que não seja claro e indubitável." – Descartes.

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